Esta foi a indagação de Pilatos a Jesus (Jo 18, 38) e esta é a indagação que muitos de nós fazemos frente a essa verdadeira avalanche de notícias, denúncias daqui e dali, informações ou “desinformações” que recebemos todos os dias. Se para alguns pode causar satisfação com o famoso “eu sabia”, a outros causa indignação, insatisfação, vergonha, perplexidade quanto ao futuro.
Vivemos na sociedade midiática do sensacional, onde tudo tem que causar uma sensação nas pessoas, por vezes sem muita reflexão, pois o sensacionalismo nos dificulta uma análise mais racional dos fatos. Ficamos presos a uma visão ou opinião. Mas as “verdades” vem e vão. A “verdade” de hoje pode ser desmentida amanhã, e assim por diante.
Na verdade, as verdades humanas são relativas no tempo e no espaço. Ninguém detém a posse absoluta da verdade, pois o conhecimento e a experiência humana têm um caráter dinâmico. Nesta sociedade da informação, precisamos aprender a ler dentro das informações que recebemos, procurando saber a fonte, quem escreveu, a quem serve, que possíveis interesses tem quanto ao fato. Há muita manipulação na sociedade da informação!
E aqui está o grande papel da escola e de nós educadores, ajudar a formar cidadãos que questionem, que queiram saber mais dos fatos que lhes são apresentados, que procurem ver além do que foi apresentado. Porém, aqui está também o grande desafio, pois a grande maioria tem acesso a poucas e restritas fontes de informações, e grande porção desta maioria muitas vezes nem quer tomar conhecimento ou discutir, prefere ficar alheia, talvez porque seja um pouco mais cômodo, para que não haja um comprometimento posterior.
É preciso democratizar o acesso a fontes de informações e despertar para uma leitura crítica dos acontecimentos numa busca mais próxima da “verdade”. No entanto, esta criticidade não pode ser preconceituosa, mas justa, à luz de uma profunda busca da compreensão da realidade, com um olhar libertador de um verdadeiro cidadão. E tal atitude deve partir primeiro de nós educadores, senão poderemos correr o risco de sermos “cegos guiando outros cegos”.
Prof. Eduardo
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