quarta-feira

“LEI DA MORDAÇA” NA PREFEITURA DE IBIÚNA COMPLETA UM MÊS




“A pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação…é a comunhão da lei, da língua e da liberdade…” Estas palavras de Rui Barbosa são aqui evocadas porque hoje (9) faz um mês que a prefeitura de Ibiúna – numa atitude, ao nosso ver, equivocada – disseminou um comunicado interno criando, na prática, uma “lei da mordaça”, ao proibir os servidores municipais e profissionais em cargo de comissão a dar entrevistas à imprensa, sem prévia aprovação do secretário de Governo, Rafael de Cassia Cerqueira.

Essa medida, de acordo com nota publicada no Facebook pelo vice-prefeito Tadeu Soares, um dos signatários de maior peso do documento censório, teria sido tomada para evitar destempero verbal, como fez o um agente público, [Alexsander Souza, então comissionado no cargo de diretor de Cultura municipal, durante polêmica com o jornalista Bruno Machado],  que causou perplexidade social.

O fato é que o “remédio” de caráter preventivo fere a Constituição brasileira e já provocou um efeito notório, contaminando todo o organismo funcional da prefeitura, estabelecendo um clima de receio constrangedor por meio de uma censura que vem prejudicando claramente o desempenho da função da imprensa de cumprir livremente o direito à informação da sociedade.

Vitrine online apurou que, nos 158 anos de Ibiúna, comemorado no dia 24 de março, esta foi a primeira vez que se formalizou [por meio de documento oficial] a censura no município de Ibiúna. Ela está em vigor como comportamento do funcionalismo, lamentavelmente. É palmar o receio de infringir a advertência que fecha o comunicado interno, prevendo responsabilização aos “infratores”.

Antes de escrever essas linhas, vitrine online, entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da prefeitura, e ofereceu, como manda o bom figurino jornalístico, ao vice-prefeito a oportunidade de se manifestar. O assessor informou que ele considerava que já prestara esclarecimento em nota publicada no Facebook e pediu que destacasse esse fato [leia as matérias publicadas sobre o assunto clicando em Arquivo, no rodapé da primeira página da revista, incluindo o manifesto em que a Ordem dos Advogados do Brasil – subseção de Ibiúna prevê entrar com um mandado de segurança contra o ato da prefeitura]. O vice-prefeito, segundo o assessor de Imprensa, teria dito que poderíamos procurar a prefeitura que teríamos toda a atenção nas entrevistas que se fizerem necessárias.

Leitores, seja através do Facebook ou de comentários imediatos, chamaram a atenção para o fato de o prefeito Fábio Bello não ter assinado o documento. Muitos consideraram a medida uma “mancada” do governo municipal, que não teria conseguido previamente a avaliar seus efeitos tanto no público interno quanto no âmbito da sociedade.

Pessoas de mais idade comentaram que, na verdade, o “equívoco” teria sido um reflexo incontido de um estilo autoritário de governar.

P.S.: Capa da revista Brasileiros [edição 92, março], o filósofo Renato Janine Ribeiro, que acaba de assumir o Ministério da Educação, disse uma frase muito oportuna, em matéria cujo título é “A perda do discurso ético”: “Há pessoas que não se dão conta do que fazem. Acham normal agir de uma forma antissocial.”

CURIOSIDADES DE UM FEUDO


 
Para quem não sabe, na Europa, durante a Idade Média (século V ao XV), o feudo era um terreno ou propriedade (bem material) que o senhor feudal (nobre) concedia a outro nobre (vassalo). Em retribuição, o vassalo deveria prestar serviços ao senhor feudal, pagar impostos e oferecer lealdade e segurança. 
 
Mas, esta descrição, com algumas modernizações , bem cabe a algumas cidades, não é? Então o Senhor Feudal tudo domina e oferece barganhas aos vassalos que o defendem com unhas e dentes. Aos servos, que são a maioria, nada cabe, nem posses, nem o direito de reclamar sobre coisa alguma com pena de ser perseguido pelos vassalos e o Senhor Feudal. 
 
Vejamos algumas curiosidades de um feudo moderno: 
 
Falta de liberdade 
Uma lei da mordaça cabe bem a um feudo, afinal ninguém tem o direito de reclamar sobre os abusos do Senhor Feudal. 
 
Abuso dos vassalos 
Vassalo é cúmplice de seu Senhor Feudal, ele sabe que não precisa ter competência, basta ser fiel. O que ele aprontar, se for fiel, sabe que seu Senhor irá mantê-lo e protegê-lo mesmo que o coloque em outro cargo Portanto, ameaçar, ofender e menosprezar os servos faz parte da rotina diária. 
 
Deturpação da verdade 
Os servos não têm que saber a verdade! Para quê? Portanto, não se explica como várias pessoas identificaram que não estavam em determinados eventos públicos como mostram certas fotos por aí. Seriam fotos de arquivo? 
Foto é bacana e tem limite. Uma estrada pode estar só no começo, mas fica bem na foto porque não aparece muito. 
O papel aceita tudo, então obras inúteis e mal acabadas se transformam em mega projetos revolucionários.  
Só mesmo em um feudo, é que um “puxadinho” de um cômodo vira reforma de mais de cem mil reais.. e bem do lado do “castelo” do Senhor Feudal.. 
Só mesmo em um feudo é preciso um prédio inteiro para um vassalo trabalhar, afinal, para quê pagar os servos? 
 
Conivência de autoridades 
Um Senhor Feudal não precisa ter medo de Vassalos ou Emissários do Rei escolhidos supostamente para proteger os servos. Sabe que, se vier alguma coisa é só “blá-blá” porque quem quer consertar as coisas não fica reclamando, faz denúncia direta ao Rei Ministério Público! Defensores do povo..sabe como é.. 
 
Portanto, entre outros vários sinais, descaradamente jogados contra todos nós são que nos demonstram um fato: se os estudantes quiserem saber sobre como seria viver um feudo, basta fechar o livro e passear por nossas ruas. Eles já vivem em um! 

Leandro David Godinho - http://leandrodaldg.blogspot.com.br

Diretor de Cultura perde cargo após dizer que usa críticas para 'se limpar'

Prefeitura de Ibiúna afirma que não concorda com opinião de servidor.
Segundo Alexsander Souza, suas palavras foram 'distorcidas'.



Jomar Bellini G1

Diretor de Cultura de Ibiúna perdeu cargo após dizer que usaria críticas para 'se limpar' (Foto: Reprodução/Facebook) 

Diretor de Cultura perdeu cargo após dizer que usaria críticas para 'se limpar' (Foto: Reprodução/Facebook)
O diretor de Cultura de Ibiúna (SP) foi exonerado do cargo após uma publicação no Facebook. Na terça-feira (17) de carnaval, Alexsander Souza postou na rede social um texto sobre as críticas que afirma estar recebendo sobre o seu trabalho na prefeitura e declarou que as usaria para “se limpar”. A publicação gerou polêmica na cidade e, na sexta-feira (20), a perda do cargo foi publicada no jornal oficial do município. Por meio de nota, a prefeitura afirmou que não concorda com a opinião do servidor público. Após a exoneração, ele foi nomeado para o cargo de assessor de gabinete.
saiba mais 
Souza postou na rede social um texto sobre as críticas que afirma estar recebendo sobre o seu trabalho na diretoria de Cultura da cidade. Ao final, ele pede para que as pessoas escrevam as opiniões em um papel e enviem para ele por carta. “Eu prometo que limpo o c* com ela”, finaliza.
A postagem foi replicada em vários grupos na rede social, causando polêmica e críticas. “Pelo palavreado colocado aqui mostra que de cultura não tem nada, aliás, incompatível com o cargo que ocupa”, diz um dos usuários da rede social. Outro pede providências por parte do prefeito, Fábio Bello. “É pago com o dinheiro do povo e deveria ter um pouco de educação com os mesmos.”

Ex-diretor de Cultura disse que suas palavras foram distorcidas
Em entrevista ao G1, o jornalista Bruno Machado, responsável pela postagem que iniciu a discussão, também criticou a posição do ex-diretor de Cultura.  Ele, entretanto, nega que tenha interesse político na publicação. “Enquanto jornalista, sou imparcial. Ele é polêmico e não entende que é uma pessoa pública, que é pago com o dinheiro do contribuinte. Alexsander precisa ter a conduta de um agente público”. Para Machado, o assunto tomou uma repercussão inesperada. “Foi maior do que eu imaginava. As pessoas se sentiram ofendidas e ficaram indignadas”, diz.

Exoneração
Por meio de nota, a prefeitura afirmou que não concorda com a opinião de Souza publicada na rede social. “Assim que soubemos do ocorrido, o servidor público foi chamado, imediatamente, pelo chefe do executivo para dar explicações. A prefeitura já está tomando as providências cabíveis em relação ao episódio”, escreve.


A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ibiúna confirmou que a exoneração de Souza está relacionada com a publicação no Facebook. Ele perdeu o cargo de diretor e, no mesmo dia, foi nomeado para a vaga de assessor de gabinete.

Eu quis dizer que com relação ao meu trabalho tenho de ser competente. Já o que faço na minha vida pessoal ninguém tem de ficar falando. Exatamente o que está escrito lá. Ninguém precisa me amar como pessoa. Agora as opiniões sobre a minha vida pessoal não são relevantes."
Alexsander de Souza, ex-Diretor de Cultura de Ibiúna
A troca de cargo foi publicada no jornal do município de sexta-feira (20). Questionada, a assessoria de imprensa da prefeitura não soube explicar quais as novas atribuições de Souza, enfatizando apenas que não está ligada a pasta de Cultura.

Combinado
A exoneração não surpreendeu Souza. Em entrevista ao G1, o ex-diretor de Cultura explicou que a troca de cargo foi feita em “comum acordo” com o prefeito. “Estou exercendo as mesmas funções”, diz.

Ele afirma ainda que “faltou interpretação de texto por pessoas do bem” e que as palavras dele foram “distorcidas” pelo jornalista. Ele se defende dizendo que não estava se referindo à população em geral da cidade. “Nada mais vil do que distorcer o que foi escrito. Eu quis dizer que com relação ao meu trabalho tenho de ser competente. Já o que faço na minha vida pessoal ninguém tem de ficar falando. Exatamente o que está escrito lá. Ninguém precisa me amar como pessoa. Agora as opiniões sobre a minha vida pessoal não são relevantes.”

O agora assessor de governo também afirmou que repercussão em cima do fato foi causada por um “grupo político contrário” ao governo, que está compartilhando a postagem.


Prefeito barrado pela ficha limpa reassume em Ibiúna (SP)


JOSÉ MARIA TOMAZELA - O Estado de S. Paulo
03 Outubro 2014 | 18h 48

Liminar do TSE permite que Fábio Bello (PMDB) aguarde no exercício do cargo o julgamento de recursos

Barrado pela lei da ficha limpa por condenação no Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, acusado de contratar empresa de transporte de escolares sem licitação, o prefeito eleito de Ibiúna, Fábio Bello (PMDB), reassumiu o cargo nesta sexta-feira (3). Ele foi beneficiado de uma liminar dada pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, para que aguarde no exercício do cargo o julgamento de um recurso especial que interpôs contra sua inelegibilidade.

Essa foi a quarta troca de prefeito na cidade da região de Sorocaba em menos de dois anos. Bello foi o mais votado em 2012, mas teve o registro negado pela Justiça Eleitoral. O segundo colocado, Professor Eduardo (PT) assumiu em seu lugar, mas Bello conseguiu retomar o posto em agosto de 2013. Ele ficou pouco tempo no cargo, já que nova decisão levou o petista de volta à prefeitura. O Professor já anunciou que tentará cassar a mais recente liminar.

sexta-feira

Professor Eduardo dispara contra acusações infundadas: É nojento!






“É natural que quem entra na Administração aponte pontos negativos da anterior e até alguns números aparecerem distorcidos. A maior parte do que foi apontado “preliminarmente” se refere a gestão de Coiti Muramatsu e resquícios do próprio gestor atual, pois a situação financeira do município vem sendo destruída há muito tempo. E não fomos nós que provocamos isso. 

Falou-se em “milhões” porque isso chama a atenção e assusta. Todas as eventuais denúncias devem ser apuradas e existem órgãos competentes para isso. Agora, o absurdo é levantar suspeitas para justificar a rescisão de contratos, para justificar a realização de outros com pessoas ou empresas próximas do gestor, deixando de pagar quem justamente trabalhou. 

Isso é nojento, é injusto, é típico da velha politicagem do tipo ‘não se paga, deixa ficar ruim, rompe-se o contrato, aí justifica-se novas contratações com quem se quer ou com quem ajudou na campanha’, que sabemos foi milionária. Na entrevista, por que não se falou dos parcelamentos que fizemos das imensas dívidas que encontramos? 

Por que não se falou das devoluções de dinheiro, referente a convênios, que foram feitas e que ainda devem ser feitas, inclusive de 2002, 2004 e 2008? Quem vai pagar por isso? 

Por que não se falou dos recursos que conquistamos e que ainda chegarão para saneamento, asfalto, creches, centro do idoso, ambulância, ônibus escolar, internet grátis etc? 

Não desviei nada, não me enriqueci, e estou tranquilo quanto aos atos administrativos formalizados. Quem me conhece de verdade, sabe onde moro e como vivo. No dia 10/09 entreguei um relatório de cada setor para o gestor atual, com cópia para a Câmara e o Ministério Público. Quem ainda tiver dúvidas que procure saber junto a esses órgãos. Cobre, procure saber, é seu direito, pois o dinheiro é público, portanto, seu. Desculpe-me pelo pouco que fizemos, esperamos um dia poder ter a oportunidade de fazer mais. Bom trabalho e votos de sucesso ao atual prefeito porque Ibiúna precisa para o bem do seu povo, ou seja, todos nós.”